terça-feira, 9 de agosto de 2011

KALLAIKIA (ATLÂNTIA - KÉLTIA): A CIVILIZAÇOM ANTERIOR A ROMA



Aproximaçom sobor a Kallaikia

As fontes históricas dizem-nos que foi o derradeiro país ocidental do continente europeu conquistado por Roma “Estrabóm”. E que era o mais poderoso dos povos ibéricos “Estrabóm”. Ou seja, que Kallaikia era um país muito rico, povoado, e cumha temível potência militar “Júlio Cesar”. Umha autêntica ameaça para o Império Romano.

Roma só se atreveu abertamente com o reino de Augusto, quem declara a guerra ao pais galaico no ano 29 a.C. (Paulo Orosio)-, umha vez consolidado políticamente o Imperio Romano. É dizer, quando Roma puido contar com a estabilidade necessária para emprender umha guerra de conquista que se prometia dificil e de muito longa duraçom. Umha guerra carísima, de desgaste, na que Roma contava cuns recursos económicos e humanos dos países sobre os que consolidava o seu domínio, ademais dos seus próprios recursos.

Os primeiros anos da guerra seriam desastrosos para Roma. A guerra ia tam mal que o próprio Augusto, na nossa opiniom é o melhor general romano de todos os tempos –pois era alumno nº1 da escola de Júlio César-, vem a dirigir pessoalmente as operaçons militares (Paulo Orosio, Diom Casio). Mas, a pesares da propaganda romana, intue-se que também ele mesmo tem revessos.

Essa retirada dum Augusto “enfermo” a Tarragona, tem um cheiro a que puido ser derrotado e gravemente ferido em combate (Diom Casio). Naturalmente, a propaganda só admite que o “divino” Augusto puxo-se enfermo. A começos do século I d.C. ainda continuam em guerra os dous países “Estrabóm”, Roma perde várias batalhas, ainda assim ganha a guerra tras longos anos de luita.

O investigador português Francisco Martins Sarmento (capo dos extraordinários descubrimentos na Citânia de Briteiros ) ao analizar o “Ora Marítima” da-se conta da censura dos textos realiza pelo Pro-Consule Avieno, mas impidem-lhe a ingenuidade dos historiadores da época denunciar publicamente isto. Transcreve o investigador: “... ubi Brigantia civitas Galleciae sita, antiquissimam pharum et inter pauca memorandi operis ad speculam Britanniae erigit” Adversum Paganos, Paulo Orosio

Esta é a pedra angular que empregará para estabelecer o ponto de partida do Periplo do Oestrymnis. Paulo Orosio, um kallaikoi natural de Braga e, ademais contemporâneo do Procónsule Avieno , dizia que na sua antiguidade, é dizer, na orde de 1.000 a 3.000 anos antes do seu tempo, já trabalha em Brigântia um Faro, isto quer dizer que os buques que se construiam na Europa Ocidental, já dispunham de ajudas à navegaçom na Kallaikia antes da chegada de Roma.

Na religiom celta, Brigântia era o nome dumha importante deusa, e a palavra Briga-, na antiga céltiga, significava “elevado” ou “sagrado”. Ademais da Brigantium galaica, no Atlântico também havia outros reinos de Brigântia na Eire e England. A antiga torre poderia ter mesmo o aspeito aos “Broch”.

Os investigadores dos países da Europa Atlântica ficarom sorprendidos polos resultados do seu trabalho. Sem embargo. No estado espanhol ocultam-se os seus descubrimentos, e ainda hoje retronam a passividade e o silêncio cobardes que mantenhem certos historiadores galegos da época perante aos novos dados disponíveis para a comprensom da História Pre-Romana da Europa Ocidental. Sarmento, ainda que adica o seu estudo empregando umha metodologia avançada para o seu tempo, à Real Académia das Ciências de Lisboa, em realidade prepara-o para a sua apresentaçom no “IX Congresso Internacional de Antropologia e Arqueologia Pre-Históricas”, que se celebrou no 1880 na sua casa de Guimarães. A este congresso acodem historiadores e investigadores germanos, franceses e destacados intelectuais do estado português, por desgraça o estado espanhol em plena restauraçom borbónica, envia a este evento a um triste delegado do governo.

Suspeitas de manipulaçom por parte de Roma

Quase nom chegarom até nós autores clássicos que trataram nas suas obras sobor das Guerras Kántabras, ou sobor da própria Kallaikia pre-romana. Chama poderosamente a atençom que, curiosamente, dumha guerra tam longa que durou mais de 40 anos, que nom haxa quase registros históricos. Os poucos autores clássicos que mais informam sobor dessa guerra contam pouco, pois a Censura do Império estava pendente.

Nom nos extranaria, nem é umha hipérbole pensar que o Emperador César Augusto tomara a decisom de apagar da História umha importante Cultura Atlântica à altura da Grega ou Romana, em vingança polas terríveis derrotas que os exércitos infligirom tanto a Júlio Cesar, nas suas falidas tentativas de invasom da Britânia, como ao próprio César Augusto durante as Guerras Kântabras.

Os Pioneiros

D. Fermim Bouza-Brey, historiador, arqueólogo e grande erudito, logo da péssima república e da trágica Guerra Civil, no 1947 salva da censura franquista, importates dados arqueológicos obtidos nas campanhas de excavaçons oficiais realizadas nas zonas de Bares nos anos: 1930, 1931 e 1932, baixo a direcçom do importante historiador e arqueólogo D. Federico G. Macinheira e Pardo de Lama.

Bouza-Brey foi um brilhante historiador que padeceu o infortúnio de realizar as suas investigaçons no entorno mais indesejável para um científico. Desenrolou umha boa parte da sua obra numhas épocas na que o estado espanhol estivo sometido a uns regímenes políticos jacobinos ,anti-étnicos e asfixiantes da cultura de toda a sua história: A II república e o Franquismo.

Como consequência disto, toda a sua obra científica -mais de mil trabalhos de investigaçom arqueológica, histórica, etnográfica e literária sobre Kallaikia- segue a ser totalmente desconhecida para o grande público desta pátria, onde hoje em dia só se sabe dele por escrever um par de livros de poesia na nossa língua -cuja circulaçom estivo proibida no estado espanhol no franquismo.

A atitude deste científico fronte ao Franquismo é um claro exemplo de como, ainda tendo a má sorte de viver suportando umha situaçom política lamentável onde todo o mundo era suspeitoso de ser “roxo”, foi capaz de resistir escamoteando à censura informaçom importantísima para a nossa História, ou evitando que seja destruida por ésta e perdam-se para sempre validísimos conhecimentos.

Actuando com grande inteligência – e nom sem risco- conservou para a posteridade a memória do historiador e arqueólogo D. Federico G. Mazinheira e Pardo de Lama, um dos historiadores mais importantes do primeiro terço do século XX -científico que sufriu por parte do Franquismo o sequestro e a destrucçom de tuda a sua extensísima obra, a defenestraçom, o silenciamento; e a condena ao esquecimento. Ademais, salvou todo o que foi possível da estrondosa obra científica do historiador, evitando que se perdesem para sempre os seus trascendentais descubrimentos para a História Antiga da Gallaecia e da Europa Ocidental.

Fermim Bouza-Brey Trillo de Figueroa

Nasceu em Ponte Areias (Ponte Vedra) o 31/03/1901. Passou a sua infância em Vilagarcia de Arousa, lar de nascimento do seu pai. Cursou os seus primeiros estudos em Ponte Vedra e Ourense e, no 1918, incía as carreiras de Filosofia e Letras e de Direito na Universidade de Compostela, de onde era originária a sua família materna.

Já dende os seus primeiros anos universitários mostra as suas inquedanças pola cultura. Ao igual que muitos dos seus companheiros, participa na vida estudantil: é membro da tuna universitária, e funda umha associaçom de tertúlias e debate.

Em 1923 começa a carreira de História. O 12-10-1923 junto com outros companheiros, participa na sua visita à Casa de Castro de Ortonho, onde viviu parte da sua infância a escritora Rosalia de Castro. Depois da sua visita, os membros do grupo decidem a criaçom do Seminário de Estudos Galegos.

O 23/10/1923 o seminário passa a ser umha realidade, elabourano-se a acta fundacional no domicílio de D. Armando Cotarelo Valledor. Assinam a acta: Fermim Bouza-Brey, José F. Filgueira Valverde, Ramom Martins Lopes, Manuel Magarinhos, José Pena e Pena, W. Requejo Bouet, Franciso Romero Lema, Lois Tobio Fernandes e Alberte Vidam Freiria.

A funçom nasce tendo como objectivos o estudo científico de todos os aspeitos da realidade da Galiza, e a formaçom de investigadores para essa finalidade. Já desde começos o S.E.G. conta com o apoio dos intelectuais que participam na revista Nós, organo de expresom dos mais representativos membros da cultura galega da época. Estes integram no seminário e asumem a direcçom dalgumhas Secçons às que aportaram aportaram o seu prestígio e valiosos conhecimentos.

No curso 1926-1927 estam em funcionamente as seguinte funçons:

Bouza-Brey trabalha duro no S.E.G. Formando parte nas secçons de Artes e Letras, e História da Literatura; mas, especialmente, desenrolará umha extraordinária laboura de investigaçom nos campos de Pre-História, História, Arqueologia e Etnografia. Ali tem a ocasom de conhecer a Pardo de Lama, já consagrado e com grande prestígio internacional, com quem manterá umha estreita relaçom.

Levado polo seu interesse nesses campos da investigaçom, realiza algumhas viagens polo extrangeiro com a finalidade de efectuar estudos comparativos, porque algo muito importante foi descuberto na Galiza por Pardo de Lama, e há que fazer mutísimas verificaçons antes de lançar definitivamente ao mundo umha novísima e revolucionária proposta para a História Antiga da Europa Ocidental.

No 1929, pensioado polo Centro de Estudos Históricos, percorre Bretanha “Breizh”; e no 1933 realiza investigaçons no estado português, estabelecendo excelentes relaçons com historiadores portugueses, os quais conservou perante toda a sua vida.

Vencelhado ao galeguismo -é membro do Partido Galeguista- incluso escreve o hino da organizaçom juvenil nacionalista Ultreia -incluido na sua obra Nao Senelheira-, organizaçom de mocidades galeguistas ao estilo das Hitlerjugend, concevida e dirigida polo grande Alvaro das Casas.

Ingressa na Carreira Judicial no 1926. Destinado como juiz a Viella (Baskonia-Catalunya), povo do Pirineu, situado no Val de Arán, ali realiza os primeiros trabalhos que se fizerom sobor do folclore aranês. Logo dumha tentativa de “revoluçom intelectual” e passar por várias etapas desagradáveis no Franquismo, no 1973 morre levando-se à tumba o segredo de ter salvado para a História Europeia a memória e os importantes achados arqueológicos de Pardo de Lama.

No ano 1944 incorporou-se ao CSIC-Instituto Padre Sarmiento de Estudos Galegos com o fim de reiniciar as suas investigaçons. Fechado o S.E.G. Durante a guerra civil, dous sacerdotes, D. Jesus Carro e D. Paulino Pedret, atrevem-se a tratar salvar o que se poida do expólio que fixo a Censura Franquista com o património cultural da Galiza que se guarda nos seus locais do Colégio de Fonseca, cedidos ao Seminário no 1930 pola Universidade de Compostela com a autorizaçom, meiante decreto do Ministerio de Instrucción Pública. No 1940 por Orde do direitor geral de Ensinança, som confiscados os restos do património que fica no S.E.G. e entregados à USC.

No 1943 graças à laboura dalguns antigos membros do Seminário que forom aceitados polo Franquismo, tolera a criaçom do Instituo Padre Sarmiento, adscrito ao Patronato “José Mª Quadrado” do CSIC. No 44 quando se constitui o Instituto Padre Sarmiento, ao qual entregam-se os restos do expólio do S.E.G., aí está novamente Bouza-Brey ao fronte das Secçons de Arqueologia e Pre-História, e formando parte da primeira Junta Direitiva composta por: D. Francisco Javier Cantom (direitor), D. Abelardo Moralejo (vice-direitor), D. Felipe Carrete (secretário), D. Antonio Fraguas (bibliotecário), D. Jesús Carro (sonservador), e os Chefes de Secçom: D. Ramom Otero Pedrayo, D. Florentino Lopes Cuevillas, D. Paulino Pedret Casa, D. José Figueira Valverde, D. Fermim Bouza-Brey, D. Alfonso Zamora Vicente e D. Vicente Risco. Infelizmente nom se poderá fazer prácticamente nada para reeprender a laboura iniciada polo S.E.G.

A nova instituçom encarregara-se de re-escrever a História da Antiga Kallaikia, em sintonia com a História Moderna do Estado Espanhol desenhada polo aparelho de propaganda do Franquismo para favorecer os interesses políticos do nacionalismo espanhol, jacobino e anti-étnico. E a primeira tarefa que há que fazer é destruir ou desprestigiar aos historiadores e arqueólogos do S.E.G. , e as revolucionárias vias de investigaçom que abriram antes da guerra civil.

No 47, decidem editar um livro prepardo cum “popurrí” de materiais extraidos de vários trabalhos de Pardo de Lama, com a finalidade de desacreditar a sua pessoa, o seu grandísimo prestígio e a sua estrondosa obra científica. Entre os trabalhos do historiador que som empregados na preparaçom do “popurrí” atopam as memórias das excaçons oficiais que dirigiu na Estaca de Bares nas campanhas de 1930, 1931 e 1932. Por sorte, Bouza-Brey, quem obedecendo aparentemente, rebela-se e decide conservar no “popurrí” os importantísimos dados para a História antiga da Gallaecia e da Europa Ocidental – descubertos em ditas excavaçons.

Durante as escavaçons, Pardo de Lama puido comprovar que o quebra-mares do porto Pre-Romano de Bares foi construida com um desenho do mais sofisticado. Proporcionava-lhe serviço de auga na darsena aos buques, por meio dumha conducçom de auga instalada no seu interior. Também descubriu que muitos séculos antes da existência do Império Romano, empregavam um morteiro de construcçom -opus signium- de bastante melhor qualidade que o empregado durante o Império Romano. O dique foi construido muitos séculos antes da existência do Imperio, porque o estrato do período da dominaçom romana está a mais de 4,5m por cima do estrato da época da construcçom do quebra-mares de Bares. O próprio Bouza-Brey mostra como Pardo de Lama datou a construcçom do quebra-mar do Porto Pre-Romano de Bares na época megalítica galaica.

Mentres que outras culturas europeias e mediterrâneas ainda estavam no neolítico, já existia na Kallaikia umha civilizaçom que, tendo o desenrolo social, cultural e tecnológico necessários, e os recursos económicos suficientes, tinha criado umha indústria de construcçom naval que fabricava frotas comerciais e militares; e que dispunha dumha poderosa indústria de construcçom civil capaz de realizar obras públicas ciclópicas como os quebra-mares dos portos de Bar-es e Bur-ela, para guarecer aquelas frotas dos temporais do Mar Kantâbrico.

Que classe de história antiga da Gallaeciae e da Europa Ocidental nos ensinarom durante as derradeiras sete décadas?

AS OBRAS MARÍTIMAS QUE CONSTRUIA KALLAIKIA

A existência dum país estruturado pre-romano que ocupava o norte e a metade ocidental da Península Ibérica antes das Guerras Kântabras, denunciada por: O Timeo e o Kritias de Platóm; A geografia de Estrabom, e a sua Ora Marítima -cuja autoria tratou de arrebatar-lhe séculos mais tarde o Procónsul Avieno; A Guerra das Gálias de Júlio César; O Adversum Paganos de Paulo Orósio, A História de Heródoto,...

Devia poder verificar-se por meio dos restos da sua cultura material que tiveram supervivido à destrucçom sistemática que contra ella efeituou o Império Romano, tras a ocupaçom dos seus territórios. Mas, onde procurar quando as investigaçons som carísimas? Para um primeiro trabalho de campo -e pensando num custo baixo- , as provas mais sinxelas de atopar para verificar a sua existência deviam ser as obras marítimas portuárias que Kallaikia construiu; porque, segundo as obras clássicas citadas, essa naçom era umha poderosa Talasocrácia na época Pre-Romana. Ademais, como os portos davam serviço as suas cidades marítimas, pronto atopariam sítio por onde começar com as suas piquetas os arqueólogos, para sacar à luz as cidades da Talasocrácia galaica Pre-Romana.

Como as obras marítimas som práticamente impossíveis de destruir, e de grandísima duraçom -se bem é verdade que Roma ocultou algumhas à posteridade por meio dos recheios, como denunciam as obras clássicas-, existe umha grande probabilidade de que se tiveram conservado até o presente as obras marítimas dos kallaikoi, e que seja relativamente sinxelo efeiturar a sua localizaçom. Todas as costas e rias galaicas abondam em obras marítimas Pre-Romanas; mas as mais doadas de descubrir, pola sua obviedade, forom os quebra-mares dos portos pre-romanos de Bar-es e Bur-ela.

PORTO DE BAR-Es

Pardo de Lama, fo primeiro investigador que se deu conta de que o Quebra-Mar do Porto de Bar-es foi construida em tempos pre-romanos; e que ademais, puido comprovar que a sua construcçom fizo-se muitos séculos antes da existência do Império Romano, nas Excavaçons Oficiais que dirigiu nos anos 30, assim como a cidade à que dava serviço o porto.

Tal e como nos transmitiu o historiador e arqueólogo Bouza-Brey nas Memórias das Excavaçons citadas -as quais, como é lógico, nom se cinhirom única e exclusivamente à zona do porto de Bar-es , contenhem a informaçom de que umha parte da cidade estava ubicada na zona baresa da Condominha, chapada que desemboca na ponta de Cabo da Estaca de Bar-es.

Como desenharom os kallaikoi o quebra-mar do Porto de Bar-es?

Pardo de Lama conheceu o quebra-mar de Bar-es com anterioridade às obras de reparaçom que o Estado Espanhol realizou nela entre os anos 1898 e 1900. Antes destas obras, como pode ver-se no plano adjunto preparado polo arqueólogo, o quebra-mar conservava umha forma mais semelhante ao seu desenho original, ainda que nessa época já estava bastante afetado polos embates do mar ao longo de milheiros de anos, razom que ocasionou a decisom de proceder a sua reparaçom.

Nos derradeiros anos do século XIX via-se mais claramente que o traçado do quebra-mares seguia umha linha poligonal, a qual constava de quatro tramos de 95, 80, 25 e 100 m, respeitivamente, contando dende terra firme, sendo a totalidade da sua longitude de 300 m. Estimava Pardo de Lama que quando os Kallaikoi finalizarom a construcçom, a secçom típica da mesma era de forma triangular, e teria sido duns 30-40 m de ancho na base e mais de 8 m de altura, contando dende o nível da baixa-mar máxima até o vértice superior. Trata-se, polo tanto, dum quebra-mar do tipo de clarabóia, um desenho dos mais apropriados para amortigueirar os impactos da ondagem. Com motivo das citadas obras de reparaçom, rebaixou-se o vértice supeior, com a fim de criar umha espécie de caminho pola parte alta do quebra-mar em tuda a sua longitude.

Os Kallaikoi construirom o quebra-mar logo de de recolectar, transportar e colocar -de maneira planejada- muitas dezenas de milheiras de pedras ciclópicas esferoidais de diorita, material obetido na zona. A técnica com o que foi construida revela a perícia e experiência dos Kallaikoi na construcçom deste tipo de obras marítimas. Ao igual que se faze na actualidade, colocarom na parte inferior externa e no morro do quebra-mar as rochas ciclópicas da maior volume -algumhas pesam umhas 7 toneladas; mentres no lado que da à dársena, excluido o morro, colocarom-se rochas de menos peso, devido a que o mar está mais tranquilo no interior da doca.

Baseando-se nas dimensons citadas, o arqueólogo que os Kallaikoi teriam depositado uns 50.000 m³ de pedras ciclópicas esferoidais de diorita. Este cálculo, tendo em conta as dimensons que estima o historiador , e que o ángulo do talude natural é duns 38º, damo-lo por válido para dar-se umha ideia bastante aproximada do alcance do trabalho realizado. Tendo em conta o peso específico da diorita é dumhas 2,8 Ton/m³, o anterior implica que Kallaikoi recolherom, transportarom e colocarom umhas 140.000 Toneladas de pedras.

QUEBRA-MAR DO PORTO DE BUR-Ela

Nom é Bar-es o único porto de abrigo Pre-Romano que se conserva no norte de Gallaecia, criado a base de construir um quebra-mar ciclópico. Também em Bur-ela existe um. Devido à acçom das augas do Mar Cantâbrico durante milheiros de anos, gerou-se a actual Praia de Marosa, o grande atrativo turístico do povo de Burela. Este quebra-mar também trata-se dum quebra-mar de tipo de clarabóia. As pedras ciclópicas nom som esferoidais, como no caso das de Bar-es, senom que forom empregadas para a construcçom do quebra-mar rochas ciclópicas obtidas em canteiras da zona. O peso médio que estimamos para as pedras ciclópicas que constituim a parte visível do quebra-mar, nom é inferior às 3 toneladas. O traçado é rectilíneo, sendo a sua longitude duns 100m. Estimamos que forom empregadas na sua construcçom 40.000 toneladas de pedras. Um custe estimado a dia de hoje para a construcçom de 20.000.000 de €uros.

Conclusons

Numha primeira aproximaçom, a mera existência dos portos Pre-Romanos de Bar-es e Bur-ela descalifica a história aceitada hoje em dia para Gallaecia. Pom no mais absoluto des-credo à descripçom histórica de que o noroeste da Península Ibérica estava habitada por povos que viviam em castros, num estado de alta barbárie, com anterioidade à conquista romana. Considerando que hoje em dia fariam falha 60.000.000 de €uros para a ingenharia, os materiais, a logística, os medios técnicos, e a mam de obra necessária para a construcçom do Porto Pre-Romano de Bar-es; e uns 20.000.000 de €uros para o de Bur-ela, nom faze falha disfrutar dumha grande cultura para darem-se conta de modo imediato, de que foi muitísimo maior o esforço económico e humano dos Kallaikoi para levar a cabo a construcçom destes quebra-mares num praço razonável, tendo em conta que nom dispunham duns meios técnicos tam poderosos como os que temos hoje em dia para acometer umha obra desta dimensom.

Só um país estruturado tem a capacidade de construir obras públicas da categoria dos quebra-mares de Bares e Burela. Ou seja, que séculos antes da existência do Império Romano, já existia no N.O. Peninsular um pais estructurado, o qual, dispondo do capital, a ingenharia, a logística, e os meios técnicos e humanos necessários, construiu em Bar-es e Bur-ela uns quebra-mares de abrigo que teriam um valor actual conjunto duns 80.000.000 de €uros.

Para que construiu Kallaikia portos de abrigo?

Evidente: para res-guardar as suas frotas mercantes e as suas frotas de guerra dos temporais do Mar Cantâbrico. Como corresponde a um pais estruturado contemporâneo do Império Romano. Nom para barcos de coiro como menciona o Pro-consule Avieno na Ora Marítima, senom para frotas compostas por buques de grande tonelagem para a época, cuja existência testemunhal deixou Júlio Cesar no livro III da sua Guerra das Gálias. E como nom poderia ser doutra maneira, pois estamos a falar dum país estruturado, há muitas mais obras marítimas e nom marítimas Pre-Romanas nas costas ,rias e interior (castros pre-históricos, cidades enteiras, dolmens, circulos lícitos) da Gallaecia. E para saber algo mais sobor disso, só há que botar-lhe umha olhada à obra enteira do grande Pardo de Lama, da sua grande actividade investigadora e obra publicada, serva como botom de mostra este brevísimo resumo de seu curriculum:

1893 Começa a investigaçom, com arranxo aos métodos mais modernos da época, dos jacimentos pre-históricos da comarca de Ortegal-Bares.

1895 Escreve: Investigaçons prehistóricas da Galiza, A ilustraçom Artística, Barcelona, Nós.684 e 687

1897 Escreve: Os castros pre-históricos da Galiza I, e II, Revista Crítica de História e Literatura espanhola, portuguesa e hispano-americanas; Ano II, Nos 4, 8-9.

1900 Escreve: Os castros pre-históricos da Galiza III, IV e V, Revista Crítica de História e Literatura espanhola, portuguesa e hispano-americanas; Ano IV, Nós. 7, 11 e 12.

1902 É nomeado Membro Numerário da Real Académia da História

1902 Escreve: Exemplares galegos e portugueses da escritura hemiesférica, Boletím da Real Académia da História do 15 de Maio

É membro da delegaçom de historiadores que representa ao Estado Espanhol no Congresso Internacional de Antropologia e Arqueologia Pre-Históricas que se celebra em Mónaco.

1909 É membro da delegaçom de historiadores que representa ao Estado Espanhol no Congresso Internacional de Antropologia e Arqueologia Pre-Históricas que se celebra em París.

1912 Publica: Arros, Boletim da Real Académia Galega do 20 de Janeiro

1928 Escreve: Novos achados arqueológicos no porto de Bares, Boletim da Real Académia Galega 1 de Maio.

1929 É membro da delegaçom de historiadores que representa ao Estado Espanhol no Congresso Internacional de Antropologia e Arqueologia Pre-Históricas que se celebra em Barcelona, com motivo da Exposiçom Universal. Ler o seu trabalho “Relaçons entre Galiza e Inglaterra nas épocas pre-históricas”, o qual presenta acompanhado de copioso informaçom gráfica.

1930 Pola Real Orde do 25 de Março de 1930, é nomeado Delegado Direitor das Excavaçons Arqueológicas no Porto Pre-Romano da Estaca de Bares, dotadas dum orçamento de 5.000 pesetas.

1930 Dirige a primeira campanha de Excavaçons Arqueológicas no Porto Pre-Romano da Estaca de Bares.

1931 Dirige a segunda campanha de Excavaçons no Porto Pre-Romano da Estaca de Bares.

Dirige a terceira campanha de Excavaçons no Porto Pre-Romano da Estaca de Bares.

1933 Como consequência dos trabalhos e achados, a Estaca de Bares é declara Sítio de Interesse Nacional.

1935 Escreve:A Estaca de Bares declarada Sítio de Interesse Nacional, La Voz de Galicia, 11 de Outubro.

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