segunda-feira, 28 de maio de 2012

Insónia com Risco

A polémica que os políticamente correctos criam sobor a filiaçom ideológica do nosso intelectual reaparece periodicamente. Nos seus debates xordem problemas irresoltos na política do país.

Passou médio século da sua morte e quase cem anos da sua obra mais influínte, Teoria do nacionalismo galego. Sobor Dom Vicente Risco publicarom-se livros apologéticos, estudos críticos e ataques furibundos. Também adicouse-lhe o Día das Letras, em 1981, e a sua nouvelle satírica O porco de pé é leitura obrigatória em secundária. Mas a figura do intelectual ourensam, coraçom da Geración Nós nom descansa. O debate arredor das implicaçons ideológicas do seu pensamento rexorde periodicamente e adoito faze agromar problemas nom resoltos da cultura e a política do país. O derradeiro round começou a pé feito dum artigo do palhaço palheiro-judeu* Suso de Toro no jornal estatal “El País”.

"Na série Xente de aquí intento oferecer um imaginário para o nosso país cum sentido ideologicamente criativo", argui De Toro, "e a tese da mesma é a minha interpretaçom do país. Dentro desse propósito, considero que Risco ocupa demasiado espaço no discurso nacional galego e, dende logo, no discurso nacionalista". No texto “Vicente Risco, tráxico bufón, intruso perturbador” o judeu De Toro traçou um aberrante retrato do ourensam e criminalizou-no pola sua simpatia polos Nacional-Socialistas Germânicos logo de viaxar ao grandioso Berlin dos anos trinta.

Para surpresa nossa, o historiador Beramendi explica com certa indignaçom que "Isto está ja contado muitas vezes, o que passa é que neste país niguém le a ninguém". O historiador, prémio estatal por “De provincia a nación”, lembra que Risco "foi o teórico mais importante do nacionalismo de pre-guerra e todos bebem dele, começando por Castelao". Um dos pontos de fricçom nos mal chamados nacionalistas, justamente é decidir se há ou nom vários Riscos.

"Derivou cara à extrema direita, ainda dentro do nacionalismo galego, mas longe da Teoria do nacionalismo do ano 20", afirma com palavras suas o senhor Beramendi, "mas no fundo existe um só Risco com diferentes modulaçons". O ensaista progre Antón Baamonde situa a um dos cerebros indiscutíveis do primeiro galeguismo político no contexto cultural europeu no que se forma intelectualmente. "A começos do século XX, o nacionalismo em toda Europa é fondamente conservador", sinala como desculpando-o, "esse é o mar de fundo".

Nom só Vicente Risco mira-se no espelho dos movimentos genuinamente nacionalistas como de Maurras e Acçom Francesa ou de Nietzsche; assim como do movimento Nacional-Socialista Germânico. Também os seus companheiros de geraçom como Pedrayo e Cuevillas, faze-no justo no minuto antergo a se integrar nas Irmandades da Fala. "Mas quando Risco faze a conversom ao nacionalismo galego, segue a manejar esses mesmos códigos; há umha continuidade de fundo em todas as suas etapas" engade Baamonde.

Som as viagens pola Europa e a conmoçom do genocídio bolchevique o que atrapa a Risco no vendaval da história e faze-no reafirmar no nacionalismo genuino. "Decata-se do que sucede em Europa e oferece umha resposta ideológica a umha mutaçom radical do mundo", considera o filósofo Francisco Sampedro, outro, quanda a profesora Olivia Rodríguez, dos que entrarom em discusom a partires de “Tráxico bufón, intruso perturbador”. E essa reacçom consiste numha “Galiza idílica dominada pola Igrexa”, opina, “no que os labregos som o grupo social dominante, pero sempre supeditado a umha elite". Neste sentido de classe, a Olívia opina igual que o Beramendi e Sampedro, como a esquerdalha clássica, “O homem culto, erudito, ao tanto das vangaurdas artísticas, treme o combate obreiro e o que se deriva da Revoluçom francesa. Igual que todos os reaccionários", sinala Sampedro, "porque é a morte do rei, a morte de Deus feito carne". "A luita de classes agudísima que ve no continente asusta-o e vira à direita", dize Beramendi e continua “ao escolher essa banda da barricada que derregava Europa, Risco afasta-se dum partido, o galeguista, e o seu movimento, inequivocamente republicano e escorado cara ao centro esquerda”.

Beramendi auto-censura-se, pois Risco nunca foi de esquerdas para virar logo à direita, pois ao igual que o PG inicial era de pensamento de direita clássica tradicionalista e conservadora. Beramendi omite dizer isto na entrevista, pois conhecemos a sua interessante obra “De provincia a nación”, que pese a ter o seu toque tendencioso esquerdalho, é umha boa obra para qualquer interessado na política do páis e onde sinala ,sem outro remédio, as origens do PG e como vai virando à esquerda meiante as lógias marxistas, da mesma maneira que fixo Castelao.

É curioso como alguns persoeiros como o judeu Mendez Ferrín aproveitam para dizer que Risco, da mesma maneira que admirou o Nacional-Socialismo e optou polo bando Franquista na guerra , ao mesmo tempo também voltou-se um nacional-espanholista, e que abandonou o galeguismo para sempre, empregando argumentos tam ridículos como o de escrever alguns dos seus livros em castelám. Para eles a esquerda que apoiou a Fronte Popular (também espanholista), a genocida URSS, e em definitiva a ideologia mais centralista da história como é o comunismo também no estado espanhol, nom era para nada sínómo de traiçom ao galeguismo; algo com o que nós nom tragamos nem aceitamos, por nom falar dos livros escritos em castelam por esses mesmos esquerdalhos do PG incluido o Castelao, mas seria ridículo empregar o mesmos argumentos ridículos e sem sentido da esquerda. Mas os que lemos a história real e temos um pouco de objectividade sabemos bem o que é a manipulaçom.

É nesessário explicar porque um galeguista conservador da época apoia ao Franquismo na guerra? É necesário explicar porque no caso de ser traidores, seriam tanto os que apoiam ao Franquismo como à Fronte Popular? Risco apoia o Franquismo confiando na rama tradicionalista/foralista, católica e conservadora do Carlismo, pois era umha das ramas do bando Franquista, que de ser escolhido em matéria etno-cultural, conservaria as tradiçons galaicas sem entromisom do marxismo, que era: internacionalista, anti-nacionalista, apátrida, classista, anti-cristiam, urbanista, mesticista e no estado espanhol naquela altura significava “centralismo nacional-espanholista”.

Se a esquerda para-se um pouco a ler, mas como bem sinala Beramendi “ninguem le a ninguem”, comprenderiam melhor à figura e pensamento Risquiam, e conheceriam também que o intelectual apoia também num primeiro momento a Ditadura de Primo de Rivera, pois considera-a umha oportunidade para desmontar o sistema caciquil e aceita um posto de deputado provincial em Ourense, todo isto naquela altura pensando numha possível instauraçom dumha mancomunidade como na Catalunya.

Mas gente como Ferrín nom nos engana, e sabemos que logo de louvar ao Nacional-Socialismo na sua viagem polo centro de Europa, tam pronto chega a Galiza ,ainda dentro do PG, aceita certos pactúos com a esquerda para evitar o esgaçamento do próprio partido, algo que se faze insostenível mais adiante e remata junto com outros camaradas formando a Direita Galeguista em 1935.

Um dos melhores e censurados livros de Risco é “Historia de los judíos” onde descreve perfeitamente ao povo judeu e mostra o seu conhecido anti-semitismo, que já se entornava no Mitteleuropa, e que logicamente nom significou que tornara a espanholista polo mero feito de estar escrito em castelám. "É significativo que depois da guerra Risco nom se aproveita-se do franquismo, ao contrário que algúm colega seu da dereita galeguista como Filgueira Valverde", explica sem pelos na língua Beramendi, "ele recolhe-se em Ourense e adíca-se à literatura".

É entretido para nós, olhar como o escritor ourensano morto en 1963, e a sua trajectoria político-intelectual seguem a provocar certo confronto entre os galeguistas actuais. Para o judeu Suso de Toro, "toca o nervo da memória galeguista instituida".
Beramendi, mostra-se máis contundente, e lança um Zas! em toda a boca: "O caso Risco está perfeitamente estudado do ponto de vista historiográfico", expóm, "mas existe um problema cultural. Paco Rodríguez foi o primeiro em tentar negar a sua importáncia, porque a questom é como se usam as figuras do passado bem para ganhar uns dinheirinhos, bem como metáfora das liortas do presente".

Nesse ponto, Risco como síntoma, coincide Antón Baamonde. "Ao ser o nacionalismo contemporâneo unanimemente de esquerdas", aponta, "tratar con ele trai polémica porque lembra a possibilidade de que exista um nacionalismo de direitas" nós mais bem diriamos um nacionalismo genuino de sangue e terra., que era o que ele defendia na prática. Continua Baamonde contra a ignoráncia "tampouco muitos nacionalistas conhecem o primeiro Castelao, por exemplo"; certo! pois é Castelao o que passa de convervador a marxista, sendo ele quem vira realmente a camisola, e nom Risco. Conclui tendenciosamente dizendo que "mitologizar um país leva ao fascismo; esse foi o seu labor, ao cabo". É normal que a esquerda tome como mitologia a Risco, e mais quando a mitologia galaica foi confirmada pola genética e a historiografia recente; realmente eles vivem num conto de fadas permamente, o seu conto de fadas mesticista e igualitarista, por isso tomam a brincadeira a nossa mitologia.

*O apelido De Toro é de descendência judea; Touro. Para evitar mais perseguiçons foi cambiado a Toro. Estabelererom-se em Zamora e transformou-se em Del Toro e De Toro.

Escolma dalguns textos que criam insónia

- "Mística disertación na que se decrara o simbolismo y-espiritual significado que ten a vida groriosa do Santo apóstol San Yago, assí como a festa que hoxe principia a celebrare a nación galega". (A Nosa Terra, Julho de 1920)

- "Eu bendigo a endogamia, que se sole dar nos galegos que viven alén mar. Alédome cand'un galego casa c'unh'alemá, c'unha inglesa ou c'unha irlandesa. Dame tristura velo casar c'unha italiana ou c'unha turca. Creio na seleución e na euxenesia, e sei as propiedades dexencrativas do mestizaxe". (A Nosa Terra, Novembro de 1921)

- "É un feito que non se pode discutir seriamente, que no pobo galego hai un predominio marcado do elemento loiro centro europeo, como non sucede en ningún outro pobo da Península. Na poboación rural, nótese que tódolos rapaciños son brancos como a neve co cabelo loiro, case que albino. Logo, o sol, o aire, no traballo constante da terra vólvelles o coiro tostado e o cabelo escuro.
Non falo dos caracteres craneanos, porque non se teñen estudado ben". (Teoría do nacionalismo galego, 1920)

- "Outro desviamento do nacionalismo é o que chaman fascismo. Tampouco a idea fascista é ruín en si. [...] Coma movemento político é un movemento nacional contra das causas da descomposición interna dunha nación, e tende á concentración das forzas nacionais contra da dispersión e quebrantamnento delas, orixinados polos partidos políticos, loita de clases, manexos da alta finanza, relaxamento dos costumes, etc. etc. E neste senso non é cousa ruín". (Nacionalismo galego. Na revista Alento, 1934)

- "Temos, por tanto, esas dúas coincidencias coa doutrina do fascismo: 1. O pretendermos unha concentración das forzas galegas, contra das loitas políticas, de clase ou de intereses particulares, pondo por riba diso todo o ben comun. 2 O pretendermos que a organización e a lexislación que rixan en Galicia se acomoden ao modo de ser da nosa Terra". (Ibid.)

- "[A obra de Marx é] la de un enfermo con trastornos fisiológicos, con un rencor bilioso de psicópata y de temperamento hepático propio de la raza judía". (revista Misión)

- "[o marxismo como fe baseada no resentimento non é máis que] a envexa dos d'embaixo os d'enriba, do que non ten ao que ten, do que non pode ao que pode, do que non sabe ao que sabe". (Mitteleuropa, 1934)

- "[os obreiros] minados por las propagandas democráticos, que les predicaban la igualdad, la libertad, [las ciudades] destruían sus convicciones religiosas y su acatamiento a las instituciones". (Ensayos sobre el marxismo)

- "El híbrido envuelve siempre un equívoco, cuya expresión es a veces, el hermafrodita. El instinto(guía infalible para la vida) lo repugna. Incluso el híbrido humano, el mestizo es justamente sospechoso; se dice 'Dios hizo a los negros y a los blancos, y el diablo a los mulatos' [...] la limpieza de sangre es un bien, el mestizaje un regreso hacia el Caos". (Orden y caos, 1968)

- "...o nacionalismo moderno galego deriva máis de Faraldo que de Brañas. En troques hoxe, en doutriña política, resulta Brañas moito máis moderno que Faraldo, que Murguía, que Vicetto, que todol-os galeguistas do século XIX, un percursor de moitos antiparlamentarios do noso tempo. Posto a carón de Duguit, de Sorel, de Sardinha, de Maurras, dos mesmos comunistas, non somella Brañas tan anacrónico coma somellaría o propio Pi y Margall, de quen proceden, eiquí mesmo, moitos dos nosos nacionalistas de esquerdas". (A Nosa Terra, Julho de 1925)

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